Especial: Final Fantasy VIIEspecial: Final Fantasy VIIpor Rafael ArbuluO maior clássico do PSX deve ganhar um remake?
Advent Children , o filme ambientado em dois anos
após os eventos do jogo Final Fantasy VII , está para ganhar um relançamento, em
versão Blu-ray, com visual na mais alta definição. Não bastasse isso, uma edição
especial, cujo presente será um PlayStation 3 de 160GB exclusivo, também será
comercializada, além do fato desse mesmo lançamento conter outro disco, esse uma
versão demonstrativa jogável de duas horas de duração, de Final Fantasy XIII , o
próximo jogo da franquia de RPGs mais famosa do mundo.
"Tudo bem, e o que isso tem a ver com games?" - você
pode estar se perguntando. É que um gancho desses nos faz pensar no quão
grandioso Final Fantasy VII se tornou. Antes um dos maiores - senão o maior -
clássicos do primeiro PlayStation, a sétima edição da série criada pela Square
Enix tomou maiores proporções, virando um dos mais ambiciosos projetos de todos
os tempos: não bastasse o filme, três spin-offs da história original foram
lançados ( Dirge of Cerberus , para PS2; Crisis Core , para PSP, além de Before
Crisis , nos celulares japoneses). Mais ainda, curtas em anime mostravam
pequenas ramificações do enredo, fazendo dessa uma das maiores criações, de
fazer frente, sem dever nada, a qualquer
Metal Gearpor aí, isso
porque ainda não mencionamos a Tech Demo do PlayStation 3: você deve se lembrar
que, no lançamento do terceiro console da Sony, um vídeo das primeiras cenas de
Final Fantasy VII foi apresentado, de acordo com as capacidades do hardware da
caixa negra. Caso queira, pode visualizar esse vídeo
clicando aqui.
Pensando nisso, o MSN Jogos conversou com quatro dos
maiores representantes da imprensa gamer brasileira, e perguntamos a eles como
eles veriam uma versão HD, desenvolvida para os consoles atuais, de Final
Fantasy VII : são eles Ricardo Farah, editor da Revista EGM Brasil, Ronie
Anderson, redator da Revista PS3W, Fábio Santana, editor da divisão Gaming
Books, da Editora Europa, além de Pablo Miyazawa, colunista da Revista EGM
Brasil e editor da Revista Rolling Stone Brasil, bem como colunista do Gamer.br,
no portal IG. Confira a seguir o que cada um tem a dizer:
MSN Jogos: Final Fantasy VII foi
possivelmente o maior clássico do PSOne, atingindo uma magnitude tão grande que
mesmo após 12 anos de seu lançamento, ele ainda é um dos jogos mais populares de
todos os tempos. Dito isso, você acha que um remake para a geração atual de
consoles seria bem-vindo?
Ricardo Farah:Sim e não. Explico.
Sim, pois como você mesmo disse, FFVII marcou a história dos games de uma forma
nunca antes feita por outro RPG. Ele foi a transição perfeita de um gênero de
sucesso no 2D para uma geração nova sedenta por gráficos tridimensionais e CGs
pré-renderizadas. Hoje, um remake de um clássico como este seria fantástico,
independente da plataforma que ele apareça. Porém, para produzir um Final
Fantasy desses, a Square Enix precisa dedicar um verdadeiro exército de
profissionais dedicados exclusivamente na produção. E isso, além de envolver
muitos custos, impossibilitaria a produtora de gerar novas franquias e cativar
novos jogadores.
Ronie Anderson:Com certeza, e por
inúmeros motivos. Primeiro pelo enredo fantástico do game, que faz com que o
jogador se envolva profundamente na narrativa, incentivando-o a continuar a
jogar para saber o que virá pela frente. Outro ponto positivo do título é o
carisma dos personagens, talvez, os mais cativantes de toda a série. Mesmo após
mais de 11 anos sem jogar, é impossível esquecer os nomes de Cloud Strife,
Barret Wallace, Tifa Lockhart, Aeris Gainsborough, Red XIII, Vincent Valentine,
Cid Highwind, Cait Sith, Yuffie Kisaragi e Sephiroth. Um remake para os consoles
da nova geração seria muito bem-vindo.
Fábio Santana:Mais que bem-vindo.
Todos os fãs do jogo de 1997 – ou seja, 10 milhões de pessoas, número que se
ampliou ainda mais com o projeto Compilation of Final Fantasy VII – desejam um
remake, e a Square Enix sabe disso. Basta designar uma equipe para o projeto, o
que pode ser difícil, já que grande parte do time original está ocupado com
Final Fantasy XIII.
Pablo Miyazawa:Atualmente, qualquer
remake é bem-vindo, principalmente de um clássico. Apesar de jovem, a indústria
dos games tem o direito de rever suas fontes para recriar boas idéias na nova
geração. Não é como um remake no cinema, em que normalmente a essência do
produto original se perde. Nos games, acredito que um remake mais soma do que
subtrai. Sou a favor.
Seria essencial a presença de um título desse
porte ou você acha que no final seria só mais um caça-níqueis? Como o mercado
reagiria e o que poderia mudar no cenário atual se isso acontecesse?
RF:Essencial é para todo fã do game.
Assim como foi essencial o longa Advent Children ou o prequel Crisis Core de
PSP. Mas olhando todos os ângulos deste prisma, infelizmente será apenas mais um
jogo que já jogamos uma ou mais vezes no passado e que ganhou uma cara nova.
RA:Essencial não, porque apesar de
se tratar de um título excelente, o tempo dele já passou. No entanto, lançam
tantos remakes ruins atualmente, que se lançassem FF VII para um console da nova
geração seria um grande presente para os fãs do jogo.
FS:Depende muito de como seria
feito. Uma conversão simples, mas em alta definição, seria interessante, apesar
de ser um tratamento muito aquém da magnitude do título e da expectativa dos
fãs. Sem contar que exporia aspectos do jogo que hoje são considerados
ultrapassados. Para ter um efeito realmente positivo, deveria ser um remake de
grande porte, inclusive com intervenções no enredo que refletissem as muitas
informações adicionadas posteriormente à diegese e uma modernização do sistema
de jogo. Neste caso, ele representaria um novo paradigma para remakes de jogos.
PM:Não muda muita coisa. É só mais
um jogo. Os fãs antigos vão se interessar de qualquer maneira. Os novos, vão
acabar indo atrás da versão original por mera curiosidade. Esse tipo de coisa
está se tornando tão comum que o impacto atual é nulo. Infelizmente, as pessoas
simplesmente compram qualquer coisa que é apresentada a eles, sem questionar.
Todos sabem que o conceito de exclusividade é
essencial para o sucesso de um console, mas ainda assim algo efêmero, pelo fato
do material único de hoje ser multiplataforma amanhã. Qual você acha que seria a
plataforma ideal para um possível remake de FF VII? Por quê?RF:Xbox 360 ou PlayStation 3 (ou
ambos consoles, no melhor dos casos). Acho que o grande propósito de um remake é
justamente apresentar um clássico tanto para novos jogadores quanto para os
saudosistas. E não teria sentido se isso fosse limitado a apenas um console.
RA:Tanto o PS3 como o Xbox 360
serviriam perfeitamente como plataformas para um remake de FF VII, mas se
tivesse que optar por um apenas escolheria o PS3, até porque na época em que o
game foi lançado a Sony tinha uma forte parceria com a Square Enix, que na época
se chamava Squaresoft.
FS:A escolha natural pareceria ser o
PlayStation 3, mas muitos adeptos do PS1 e do PS2 (a base dos fãs de FFVII)
migraram para o Xbox 360. Com o cenário atual, acredito que poderia ser qualquer
dos consoles de alta definição. Uma opção também interessante, embora menos
glamorosa, seria uma atualização do jogo no PSP, como foi feito com Final
Fantasy Tactics – e o portátil já provou ser mais do que capaz de assumir a
tarefa com Crisis Core.
PM:Acredito que o PS3, para seguir a
tradição óbvia. Acharia estranho que saísse primeiro no Xbox, porque sou um cara
tradicionalista. Assim como não gostaria de ver um remake de Super Mario 64 no
Playstation 3. Simples assim.
Supondo que estejamos, agora mesmo, jogando
um FF VII "next-gen": como ele seria na sua visão?RF:Eu gostaria que ele ainda fosse
no estilo SD (SuperDeformed), pois este estilo foi um dos grandes responsáveis
pelo sucesso do game no PSOne. Mas depois do longa Advent Children e de Crisis
Core, é praticamente certo que o remake seria no estilo normal com a adição de
dublagem para os personagens e CGs mais grandiosas ainda. Agora, legal mesmo
seria ter novos Weapons para enfrentar, novos extras para descobrir e uma pitada
de história paralela de cada personagem.
RA:Seria um jogo praticamente
perfeito, pois no PSOne o título já conseguiu cativar os jogadores. Acho que a
única mudança mais profunda aconteceria na parte gráfica, apresentando cenários,
personagens e combates muito mais bonitos e detalhados. Para resumir, pode-se
dizer que o que já era bom, ficaria melhor ainda.
FS:Acima de tudo, belíssimo, acima
dos padrões vistos até então, como a Square Enix sempre se mostrou capaz de
executar com sua série principal. Também deveria estar repleto de atrações
paralelas (mais ainda do que, pioneiramente, já oferecia na época) e
conquistas/troféus bem elaborados. Teria trilha sonora orquestrada, interface
sofisticada e batalhas mais dinâmicas. Ofereceria um mundo de jogo mais
explorável, como os de Dragon Quest VIII e Final Fantasy XII, e mais buscas
paralelas para expandir o enredo e desenvolver melhor os personagens, que também
poderiam passar por uma reforma visual. Precisaria, em suma, justificar uma nova
investida num universo que conhecemos tão bem e oferecer uma perspectiva mais
atraente para os neófitos e, principalmente, os muitos desenganados com o estado
de estagnação em que se encontram os JRPGs.
PM:Seria lindo, sem dúvida. Muito do
impacto que um game possui vem carregado da aura que ele adquire na época.
Talvez enxerguemos mais claramente os seus defeitos (que existem, mas quase
ninguém admite, visto que o purismo diz que não se pode bater em um clássico).
Mas também acho que os pontos positivos seriam realçados. Não há muito como dar
errado – a não ser que a intenção seja essa.
Você, leitor, pode conferir uma galeria de imagens
bacaníssimas
clicando aqui.
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