Amigos,
vocês são o meu combustível pra continuar escrevendo! Valeu pela força.
Um grande abraço
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- Aang, meu pai disse que se for pra vocês dois saírem sozinhos por aí . . . sem outra pessoa junto . . . é melhor casarem logo.
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Aang ficou olhando para o pai de Katara todo feliz. Não importava de não ser retribuído.
- Você tem idéia do que é ser um pai de família? – começou Hakoda.
- Não, senhor. Mas acho que ninguém faz idéia disso até se casar e ter filhos, não é mesmo?
- Não pense que é tão fácil. Que é só chegar e aprender na hora. Você não vai poder mais sair sem preocupações. Vai ter a sua vida completamente mudada. Não vai poder ir pra onde quiser e quando quiser. . .
- Tudo bem, eu não me importo! Aang ficou sério.
- Durante toda a minha vida eu quis viver sem preocupações, mas nunca tive isso. Sempre tive que lutar por tudo, que passar por privações. Eu já vivo assim! Não é novidade nenhuma pra mim. – Aang olhou tenso para o grupo – o pai de Katara baixou o olhar.
- Aang, eu. . .
- Eu quero e vou me casar com a Katara. O senhor não terá problemas com a gente, Chefe Hakoda.
- Katara, - Aang virou-se para ela e disse – Que tal casarmos no final da semana que vem?
- Aang!! – Katara ficou impaciente.
- Quer antes, então?- perguntou Aang rindo.
- Olha, Aang. Também não precisa exagerar. Vocês podem se casar depois . . . só não quero que façam nada inconveniente antes do casamento. . . - começou Hakoda.
- Eu quero me casar o mais rápido possível! – Aang afirmou categórico, deixando todos admirados com a firmeza do jovem Avatar.
- Está bem, Aang. – disse Katara, mudando repentinamente o tom de voz – Quanto você pode gastar com a festa?
- Festa? – Aang não tinha pensado nisso.
- É claro! O Avatar se casando vai ter que ser uma grande festa!
- Eu dou a festa – disse Zuko chegando – É o meu presente de casamento. Não precisa se preocupar com nada. Só em dar os nomes dos convidados.
- Obrigado, Zuko. – Aang sorriu aliviado.
- E tem também que pensar onde vamos morar. Você pode comprar uma casa pra nós aqui em Ba Sing Se? Tem que ter muitos quartos já que vamos ter uma família grande.
- Não adianta, Katara. Você não me pega nessa. Nós não vamos ficar por aqui.
- Ah, não? – Katara foi pega de surpresa – e onde você quer ficar?
- No pólo sul, junto com sua avó e seu novo avô. Eles poderão nos dar bons conselhos e orientação quando tivermos filhos.
Katara olhou para Aang vencida - Você parece ter pensado em tudo não é?
- Aang, você tem certeza de que é isso que quer?
- Sim, Katara. Eu te amo e quero ficar ao seu lado pelo resto de nossas vidas.
Katara sorriu feliz e não teve mais dúvidas - O que estamos esperando? Vamos fazer a lista de convidados.
- Agora, não, já é muito tarde, vamos dormir, pessoal? – pediu Hakoda bocejando.
Todos foram cada qual para seu lado, descansar.
Todos, menos Aang. Ele ficou deitado, mas depois de um breve cochilo, não conseguia mais pregar o olho. Levantou-se sorrateiramente e se esgueirou para fora da cama, procurando não fazer barulho. Estava muito quente. Olhou para trás e viu que a cama de Soka estava vazia também. “Para onde será que foi o Soka?” pensou Aang desconfiado.
Olhou para fora e viu um casal sentado no banco do jardim. Estavam bem próximos. Aang viu Suki falando sentida com Soka. Abriu a porta e bem devagar se aproximou e escutou a conversa.
- Mas ele poderia gostar da idéia, se a gente falasse com ele, quer dizer com os dois.
- Suki, eu não tenho tanta pressa assim. Não está bom a gente assim, do jeito que está?
- Está dizendo que não tem tanta certeza de que quer ficar comigo? Por que Aang tem pressa e você não?
- Suki, eu não tenho como fazer uma festa digna pra nós agora. O Zuko vai dar a festa para o Aang. E eu não posso simplesmente entrar de carona nessa. Não seria justo. É ser muito cara-de-pau.
Suki abaixou a cabeça, vencida.
- Você tem toda a razão. Eu tenho que aprender a esperar. – pensou por uns momentos e se lembrou animada - Vamos na Ilha Kyoshi conversar com o prefeito de lá?
- Por que? – perguntou Soka.
- Eu tenho minha casa lá. O povo da ilha nos deve alguns favores por serviços prestados e podemos nos casar e morar lá.
- Mas . . . eu gostaria de ficar próximo da minha irmã e do meu pai, principalmente porque fiquei longe dele mais de dois anos.
- Acho que você não gosta tanto de mim quanto o Aang gosta da Katara.
- Suki, não é isso. Eu. . . – Soka tentou falar mas Suki saiu correndo e entrou para a casa.
Aang entrou rápido na casa logo após Suki ter entrado. Já sabia o que fazer.
Na manhã seguinte, Aang foi procurar Zuko.
- Zuko, preciso da sua ajuda.
- O que aconteceu? – Zuko estranhou a urgência de Aang.
- Você disse que me daria a festa de casamento de presente, não é?
- Sim, por quê?
- E se a festa fosse de um duplo casamento?
- Ah, não! Você está falando de eu me casar com a Mai agora?
- Bem, na verdade era outro casal, mas. . .
- Quem?
- O Soka e a Suki.
- Agora estou numa enrascada. Se a Mai souber vai querer casar também!
- Até que seria legal! Pensa nisso! – Aang falou superanimado
Zuko pôs a mão na cabeça desanimado.
- Sabe, Aang, ainda não estou pronto. Tenho uma missão importante antes de me casar.
- O que é? Me conta.
Zuko anda pela sala, vira-se para Aang e diz.
- Eu falo, mas você não vai dizer nada pra ninguém agora, ok?
- Palavra de dobrador de ar.
- Eu perguntei ao meu pai onde está a minha mãe. Aang, ela está viva. Meu sonho é encontrar a minha mãe. Quero que ela assista ao meu casamento.
- Uau! Zuko, isso é maravilhoso. Quer que eu ajude você a procurá-la?
- Você me ajuda?
- Claro! Vamos agora mesmo!
- Espera, o que vamos falar para os outros?
- Fácil! Nós vamos tratar de assuntos da festa de casamento. No fundo, é verdade mesmo, pois se encontrarmos a sua mãe, ela pode estar aqui e a gente faz um casamento triplo! Eu e a Katara, o Soka e a Suki, você e a Mai.
- Eu também quero ir!
Os dois olharam, surpreendidos e viram o General Iroh, que ouvira toda a conversa.
- Ah, claro, tio. Mas, porque essa decisão de ir com a gente?
- Ora, e você ainda pergunta? Vai ser a primeira vez que vou ter a chance de montar no Appa e voar pelo céu como vocês já fizeram tantas vezes.
- Ora, General Iroh. Se o senhor queria voar era só falar. Vamos, então?
Aang saiu e deu um beijo em Katara dizendo que iria viajar para tratar de assuntos da festa. Disse para Suki que logo o problema dela e do Soka estaria resolvido. Suki olhou para Aang sem entender, mas desconfiou que ele houvesse ouvido a conversa.
Deram a mesma desculpa aos outros e saíram no Appa voando na direção do mar.
- Onde seu pai falou que ela estaria, Zuko?
- Antes, eu achava que ela tivesse morrido. Mas quando houve o eclipse e eu resolvi ficar do seu lado, eu fui enfrentar meu pai e dizer-lhe que não concordava com o que ele queria fazer. Nisso ele disse que eu pertencia ao lado fraco e teria que permanecer banido, como minha mãe. Quando eu perguntei se ela estava viva ele disse que possivelmente sim, que a tinha confinado numa ilha. Há poucos dias atrás eu fui visitá-lo na sela e consegui que ele falasse em que ilha ela estava.
- E você trouxe um mapa?
- Sim, aqui está.
E tirou do alforje um rolo de pergaminho, que desenrolou e colocou no assoalho da sela do Appa. Apontou para um arquipélago de ilhas que ficava não muito longe de onde estavam. Teriam que voar durante três horas para chegar no arquipélago.
Ao final de três horas, Zuko abriu o alforje e procurou um cantil de água e um embornal de comida. Bebeu a água, mas quando procurou a comida, não achou nada.
- Onde está a torta de frango que eu coloquei aqui?
- Não olhe pra mim, eu sou vegetariano. – disse Aang, que estava montado no pescoço do Appa.
- E então, tio?
- Ora, Zuko. Você não iria se zangar se seu tio favorito estivesse passando mal de fome e pegasse um pouco da sua comida, não é?
- Mas você pegou tudo! E que história é essa de tio favorito? Eu por acaso tenho escolha? Você é o único tio!
O velho general ia dizer alguma coisa, mas um baita arroto saiu antes.
- Arg... TIO!!! - Zuko olhou de lado com uma careta de dar medo.
- Quiá, quiá, quiá, quiá, quiá! – Aang se segurava pra não cair do Appa de tanto rir.
Zuko olhou feio e Aang, percebendo, coça a cabeça dando um sorrisinho de desculpas.
Avistaram o arquipélago logo depois. Pousaram na primeira aldeia que avistaram e foram perguntar aos aldeões onde viviam as pessoas banidas pela nação do fogo.
Receberam a informação que essas pessoas viviam na ilha menor. Que ficava do lado oposto. Mas antes de irem compraram mantimentos. Saíram logo em seguida em direção à ilha menor. Depois de uma hora chegaram na praia da pequena ilha. Havia uma aldeia pequena, com pessoas magras e de aparência débil.
As casas eram cabanas simples e percebia-se muita pobreza e abandono.
- A minha mãe deve estar sofrendo muito aqui. Que tristeza!
- Só a sua mãe, Zuko? E essas pessoas? - Disse o general.
- Mas porque eles vivem nessa miséria? A ilha parece cheia de recursos? Tem a floresta, onde podem pegar o que precisam. E o mar para pescar o alimento. Não entendo! Zuko cismou de que poderia haver algum problema sério ali.
Procuraram pela mãe de Zuko e conversando com os velhos de lá soube que ela morava numa casinha branca, no final da aldeia, já próximo a mata.
Chegaram lá e Zuko bateu na porta, ansioso por rever a mãe. Quem atendeu foi uma criança. Uma menina de dez anos que olhou com medo para Zuko.
- S-sim?
- Oi, eu sou Zuko. Estou à procura da minha mãe. Ela era da nação do fogo e foi banida pra cá há uns oito anos. Ela está aqui?
- Você é o Zuko? O novo Senhor do Fogo? - A menina arregalou os olhos, deu alguns passos para trás e eles entraram.
- Nossa, a notícia chegou rápido aqui, ein?
- Então ela é sua mãe?
- Ela está no quarto?
- Sim.
- Por favor, vá chamá-la.
- Ela está de cama, muito doente, Senhor.
Zuko entrou rapidamente no quarto e parou na porta, olhando para aquela figura de face triste e miúda em cima da cama. Ela estava absorta, mas seus olhos se iluminaram rapidamente, reconhecendo o filho.
- Mãe! – correu e debruçou-se, abraçando a mulher. Os dois, chorando muito.
Ficaram por vários minutos sem se soltar do abraço.
- Filho, sonhei tanto com isso!
Zuko estava se sentindo como um menino de novo.
- Mãe, mãe, me conta o que você tem! – Zuko soltou do abraço pra olhar para ela.
- Zuko! Agora o que eu sinto é só alegria! Se eu morrer agora, morro feliz por saber que você está bem e que pude ver meu filho de novo.
- Não fala isso, mãe! Não posso te perder agora que acabei de te encontrar. Por favor, não morra!
O general Iroh, que estava em silêncio, emocionado, mencionou:
- Nós devemos levá-la a um médico com urgência.
- Olá, general Iroh, há quanto tempo!
- Bem, mas você precisa de cuidados médicos. Depois conversaremos.
- Eu não posso deixar esse povo, eles precisam de ajuda.
- Mãe, você precisa de ajuda!
- Mas, filho não é só eu que está doente. Essa gente está sendo explorada e tem muitas pessoas doentes aqui além de mim. Olha, só! Eu já me sinto melhor, só de ter encontrado meu filho.
- Arrume as coisas da minha mãe numa mala, rápido, por favor.
Zuko pegou a mãe no colo enquanto falava com a menina o que ela deveria fazer.
- Mas, Zuko! Onde você vai me levar?
- Na aldeia maior. Deve ter um bom médico por lá.
A menina, orientada pela mãe de Zuko, arrumou tudo numa grande bolsa e Zuko saiu carregando a mãe no colo e montando com ela no Appa. Aang e o General ajudaram levando o que precisava.
- Zuko, o que é esse animal e quem é esse jovem? - perguntou a mãe de Zuko admirada.
- Mãe, quero te apresentar o Avatar. O nome dele é Aang.
- Olá, muito prazer, senhora.
- Vocês sabiam que eu sou a neta do outro Avatar? O Roku era meu avô.
- Que incrível! A senhora é neta do Roku! A nossa amizade não é por acaso, Zuko!
- Com certeza,Aang. Mas preciso de ajuda, minha mãe está doente e precisa urgente de um médico. Vamos até a aldeia maior.
- Certo! Ip, Ip!
E subiram para o alto enquanto a menina acenava de longe.